09/03/2021

Reuniões de diretores e representantes regionais do CRM-PR debatem quadro gravíssimo na saúde

Em meio ao grande desgaste, médicos de têm expectativa da chegada de mais doses e agilidade na vacinação e que contemple também os residentes, os estudantes em regime de internato e os que vão se formar

O Conselho Regional de Medicina do Paraná realizou duas reuniões da sua diretoria com os representantes regionais do Estado. As webconferências ocorreram nos dias 3 e 5 de março, tendo, nas duas sessões, a participação de aproximadamente uma centena de integrantes do CRM-PR, entre conselheiros e representantes. O assunto em destaque foi a atual situação da pandemia pela Covid-19, com análise do estrangulamento da capacidade dos serviços de saúde, esgotamento físico e mental dos trabalhadores e sugestões de posicionamento frente às vacinas e o lockdown instituído por alguns municípios.

clique para ampliarclique para ampliarReunião com representantes do CRM-PR, por webconferência. (Foto: CRM-PR)

A imunização de todos os médicos no Estado mereceu ampla discussão, sendo que a maioria dos representantes indicou evolução até satisfatória na aplicação de doses nos profissionais da linha de frente em suas regiões. Como observado na Capital, muitas municipalidades ainda não receberam vacinas suficientes para contemplar importante número de profissionais que fazem atendimento em clínicas, consultórios ou atuam em serviços de cidades diferentes de seus domicílios. Embora esta não seja função do Conselho, que atendeu às solicitações das autoridades sanitárias fornecendo as listagens de todos os médicos com registro ativo, tem havido gestões junto às municipalidades para que se cumpra a observância do escalonamento determinado no Programa Nacional de Imunização.

Como acentuado aos representantes das várias regiões do Paraná, o CRM-PR enviou às prefeituras dos 399 municípios a listagem com os nomes dos médicos ativos para serem prioritariamente vacinados, independentemente de idade, comorbidade e tipo de atuação. Algumas localidades fixaram o escalonamento por especialidades, direcionando as doses recebidas aos profissionais entendidos como em situação de maior risco. Interpretaram, assim, recomendação emitida pelo Ministério Público pelo rigor na atenção aos grupos prioritários.

Dentre as sugestões de encaminhamento apresentadas – algumas em curso já – está a de um olhar mais atento para a imunização dos residentes e dos estudantes que estão cursando os últimos anos de Medicina e que se encontram nos serviços hospitalares. Nesse sentido, a comissão do CRM que reúne coordenadores de ensino das escolas médicas do Estado vai se reunir em breve para formalizar às autoridades sanitárias pedido para esse contingente seja todo vacinado, eis que em alguns centros eles priorizados nas etapas iniciais.

De forma unânime, os representantes do Conselho nas várias regiões do Paraná indicaram o brutal aumento de casos da doença, com impacto sem precedente na demanda por leitos de UTI e enfermaria. Acusaram ainda a limitação do número de equipes de terapia intensiva verdadeiramente treinadas para o tratamento de casos graves, a finitude de materiais necessários para procedimentos dentro das UTIs (medicamentos, miorrelaxantes, sedativos e oxigênio) e a pequena adesão da população ao uso de máscara, distanciamento social e higiene das mãos.

Durante os encontros, os diretores do CRM-PR realçaram as muitas iniciativas para tentar minorar o drama da pandemia, como a integração dos conselhos profissionais de saúde e o manifesto lançado em parceria com a OAB-PR defendendo medidas mais enérgicas de controle de fluxo de pessoas, o fechamento de serviços não essenciais e maior mobilização política para que o Estado receba número maior de doses de vacina e seja apressada a imunização de sua população. Também foi destacado o diálogo atento com as demais especialidades médicas, de modo a oferecer uma melhor resposta assistencial no momento de emergência. Neste porém, foi citada a avaliação em conjunto com a Sociedade de Terapia Intensiva, que permitiu rever de forma excepcional o quantitativo de leitos sob responsabilidade de especialista.

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