24/07/2019

SESA divulga fluxo de encaminhamento para acidentes com escorpiões

Casos ocorrem com freqüência e são potencialmente graves em extremos de faixa etária. Deve-se ficar atento para manifestações sistêmicas, especialmente em crianças

Os acidentes escorpiônicos (escorpionismo) ocorrem com freqüência e são potencialmente graves em extremos de faixa etária. Do total de acidentes notificados, 50% provêm dos Estados de Minas Gerais e de São Paulo e a maioria em meses quentes e chuvosos. Os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus e são: T.serrulatus, T.trivittatus, T.bahiensis e T.stigmurus. Registra-se grande dispersão do T.serrulatus devida reprodução por partenogênese. A maioria dos casos tem curso benigno. Letalidade é de 0,58%, os óbitos têm sido associados, com maior freqüência, a acidentes causados por T.serrulatus, ocorrendo mais comumente em crianças menores de 14 anos.

Os escorpiões inoculam o veneno pelo ferrão ou telson, localizado no último segmento da cauda. São animais carnívoros, alimentam-se principalmente de insetos, como baratas e grilos. Com hábitos noturnos, durante o dia estão sob pedras, troncos, entulhos, telhas, tijolos.

*** Fluxo de encaminhamento para acidentes escorpiônicos.

*** Protocolo de manejo de alterações cardiovasculares em casos de escorpionismo.

ESCORPIÃO (Tityus)

Os escorpiões são pouco agressivos e têm hábitos noturnos. Encontram-se em pilhas de madeira, cercas, sob pedras e nas residências. Duas espécies merecem maior atenção médica: T.serrulatus (amarelo) e T.bahiensis (marrom).

Ações do Veneno: Estudos experimentais demonstraram que veneno bruto ou frações purificadas ocasiona dor local e efeitos complexos nos canais de sódio, produzindo despolarização das terminações nervosas pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. Estes mediadores determinam o aparecimento de manifestações orgânicas decorrentes da predominância dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos.

Quadro Clínico: Acidentes por T.serrulatus são os mais graves. A dor local (ardor, queimação ou agulhada) pode ser acompanhada por parestesias, aumentar de intensidade à palpação e irradiar-se para a raiz do membro acometido. Ponto(s) de inoculação nem sempre são visíveis, na maioria dos casos, há apenas discreto eritema e edema, podendo-se observar também sudorese e piloereção local. Nos acidentes moderados e graves, principalmente em crianças, após minutos até poucas horas (2-3h), podem surgir manifestações sistêmicas.

Manifestações Sistêmicas:
- Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa. Digestivas: náuseas, vômitos, sialorréia e, mais raramente, dor abdominal e diarréia.
- Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hiper ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque.
- Respiratórias: taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo.
- Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores.

A gravidade do quadro clínico depende de vários fatores como espécie e tamanho do animal agressor, quantidade de veneno inoculado, número de picadas, massa corporal da vítima e sensibilidade ao veneno, tempo decorrido entre o acidente e o tempo de atendimento médico.

QUADRO RESUMO DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E TRATAMENTO NOS ACIDENTES POR ARTRÓPODOS DE IMPORTÂNCIA TOXICOLÓGICA NO ESTADO DO PARANÁ

OBS: Bothriurus bonariensis (escorpiões pretos), são encontrados no RS, PR e outros estados. Muito comum em Curitiba; têm hábitos noturnos, escondem-se sob pedras, troncos podres, vivem próximos a construções, entulhos e lixo doméstico. Veneno tem baixa toxicidade, pode ocorrer dor local e manifestações de hipersensibilidade, podendo o paciente apresentar-se assintomático. O tratamento é sintomático com analgésicos e antihistamínicos.

Fonte: SESA

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