Setembro Amarelo: o cuidado com a saúde mental

Mônia Bresolin

São registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Entender o suicídio é uma questão complexa, já que ele envolve fatores de ordem genética, psicológica, sociológica e biológica seja por momentos de crise, brigas em relacionamentos, impulso, falta de oportunidades ou desilusão pela vida. É comum, também, que os casos estejam relacionados a transtornos mentais, como depressão e ansiedade, e ao uso de drogas.

Estudos mostraram um panorama geral dos transtornos mentais na população adulta. Esses índices variaram entre 20% e 56%, acometendo principalmente mulheres e trabalhadores. Os sinais de alerta para doenças da saúde mental são insônia; desânimo ou falta de prazer ao fazer suas atividades; alteração de humor; irritabilidade; falta de concentração; perda de memória; taquicardia (batimento cardíaco acelerado); respiração ofegante ou entrecortada (sensação de falta de ar); formigamento; choro constante e estresse excessivo; tremores; tensão; perda ou ganho de peso; dores de cabeça; dores musculares; problemas gástricos e digestivos; entre outros.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números, existe a campanha Setembro Amarelo, que se propõe a discutir temas relacionados à saúde mental e ao suicídio de forma mais aberta e empática. A ideia que se tem é que, ao falar sobre suicídio, o risco de alguém realmente tirar a própria vida aumenta, mas isso não é verdade — muito pelo contrário, é preciso estar disponível para escuta. Quando se tem a abertura para o diálogo, sem críticas ou preconceitos, se tem a oportunidade de identificar alguma alteração de comportamento da pessoa que convive no mesmo ambiente e dessa forma poder ajudá-la, incentivando que procure avaliação com médico psiquiatra. Não minimize qualquer conversa ou comportamento auto prejudicial e não subestime comportamentos por atenção. Pensamentos e ideações suicidas são uma emergência médica. 

Estamos em uma pandemia, é um momento intenso e fora do comum, com o surgimento de diversas emoções e novos sentimentos difíceis de lidar. É completamente normal se sentir triste, assustado e/ou menos produtivo que o habitual. Mas lembre-se que você não está sozinho.

*Mônia Bresolin é psiquiatra e psicogeriatra que integra o corpo clínico do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC).

**As opiniões emitidas nos artigos desta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do CRM-PR.

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