Telemedicina, uma realidade brasileira

A telemedicina auxiliou o socorro nas recentes chuvas na região serrana do Estado do Rio. Equipes médicas na capital treinaram via teleconferência os grupos médicos, de saúde e o voluntariado sitiados na serra. A ajuda remota foi importante para o enfrentamento da situação crítica utilizando computadores ou o celular. É o mundo globalizado, com comunicação em tempo real, presente também na medicina. Episódios como esse mostram como a tecnologia está se tornando parte importante do cotidiano em algumas especialidades médicas no país - como a telerradiologia, a tele cardiologia, a tele dermatologia e a tele oftalmologia. Na telerradiologia, por exemplo, existem soluções para a digitalização e envio de imagens desenvolvidas por pesquisadores brasileiros. Não poderia ser diferente. O Brasil é um país com características geográficas e demográficas adversas. Por isso, a incorporação da telemedicina no cotidiano pode modificar o atendimento à população.


Hoje, um paciente com sintomas de tuberculose, doença altamente contagiosa, pode ter digitalizada sua radiografia convencional do tórax realizada no interior de um barco no rio Amazonas, e obter o laudo de um médico radiologista na cidade do Rio de forma rápida, segura e respeitando as normas éticas na relação médico-paciente. Não por acaso, o Conselho Federal de Medicina está atento a esta nova forma de trabalho. A internet é um meio para a troca de informações médicas, pela possibilidade de uma segunda opinião à distância para fechar um diagnóstico preciso. Também leva o conhecimento atualizado ao profissional geograficamente afastado. Mas cabe ressaltar que a relação médico-paciente não é perdida com a utilização da telemedicina: o médico que atende o paciente ainda é o responsável por ele. O que muda é forma de trabalho entre os médicos, que podem ter consultoria especializada sem deslocamentos.


Felizmente, esse é um caminho sem volta. No Congresso Mundial de teles saúde, realizado na Austrália recentemente, inúmeras perspectivas tecnológicas foram demonstradas, com ênfase na utilização da mobilidade. Há uma tendência para armazenar imagens e dados do paciente em seu próprio celular. Assim, no caso de um infarto agudo, a equipe médica local pode ter acesso via celular a todos os dados clínicos do paciente e enviar imediatamente o respectivo eletrocardiograma para o laudo à distância. Além disso, será possível interagir com um especialista por teleconferência para a definição do melhor atendimento.
É uma bela perspectiva.


Alexandra Monteiro - diretora do Laboratório de teles saúde da UERJ

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