14/08/2019

UEM e UEL discutem impasse no pagamento das bolsas para a residência médica

Debate realizado no último dia 9 foi organizado após Secretaria Estadual de Fazenda questionar o pagamento, via folha, das bolsas dos residentes

Os programas de residência médica e multiprofissionais foram o foco do painel de debate realizado na sexta-feira (9) no auditório do Hospital Universitário da UEM. O encontro se deu em meio a um impasse criado após a Secretaria Estadual de Fazenda questionar o pagamento, via folha, das bolsas dos residentes, sistemática que era usada desde que as primeiras residências foram implantadas no Paraná, ainda na década de 1970.

clique para ampliarclique para ampliarEncontro no auditório da UEM reuniu representantes das universidades, parlamentares, autoridades da área da Saúde e representante do CRM-PR (Foto: UEM)
Para debater e tentar encontrar uma saída para a questão, a Universidade Estadual de Maringá convidou diversos parlamentares, entre eles os deputados Goura e Evandro Araújo, que integram a Frente Parlamentar em Defesa das Universidades, presentes no evento.

As atuais superintendentes dos hospitais universitários de Maringá e de Londrina, Elizabeth Kobayashi e Vivian Biazon Feijó, apresentaram os números e a dimensão dos respectivos programas. No caso da UEM, atualmente são 104 bolsistas remunerados com recursos do Governo do Estado, que demandam cerca de R$ 420 mil por mês. “Os programas permitem uma formação de qualidade e contribuem para que haja mais médicos especializados”, pontuou a superintendente do HU da UEM.

Com 46 cursos de residência e 360 alunos, o pagamento de bolsistas do HU da UEL gira em torno de R$ 1 milhão. Vivian Feijó observou que o custo benefício é muito baixo, destacando que a bolsa por 60 horas semanais de trabalho é de pouco mais de R$ 3 mil, abaixo do salário de um médico contratado.

Os hospitais não têm como fazer o pagamento direto, considerando que já estão como os custeios bastante deficitários. Além disso, as bolsas têm recursos aprovados pela LOA (Lei Orçamentária Anual), o que torna o problema uma questão técnica que precisa ser equacionada. Uma das propostas apresentadas foi criar uma rubrica separada para o pagamento das residências.

O deputado Evandro Araujo adiantou que na próxima semana deve debater o assunto com setores do governo. E disse que, em conversa com a Casa Civil e a Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, recebeu a garantia de solução para o impasse.

O reitor da UEM, Julio Damasceno, reforçou a necessidade de encontrar uma forma segura e estável para pagamento das bolsas, facilitando a gestão dos programas de residência que são de extrema importância para o atendimento de qualidade à população do Estado. “Não é possível pensar no serviço médico de excelência sem os programas de residência”, pontuou.

Na avaliação de Damasceno o encontro foi produtivo e as discussões avançaram muito apontando inclusive para outros assuntos como a liberação da DREM (Desvinculação de Receitas de Estados e Municípios), que hoje retém 30% dos recursos próprios das instituições de ensino superior.

Damasceno também pontuou que as negociações com o governo têm caminhando à medida que as universidades estão conseguindo responder, com transparência e sem abrir mão da autonomia, os diferentes questionamentos.

Décio Sabbatini, vice-reitor da UEL, destacou que um novo painel para discutir os programas de residência será realizado em Londrina na próxima sexta-feira, dia 16, ampliando ainda mais o debate. A preocupação é encontrar uma solução definitiva até para a continuidade dos programas e abertura de novos editais.

O debate realizado no auditório do HUM também reuniu o secretário Municipal de Saúde, Jair Biato, o representante do Conselho Regional de Medicina, Márcio de Carvalho, o diretor da 15ª Regional de Saúde, Ederlei Alkamim, assessores dos deputados Delegado Fernando, Homero Marchese, Do Carmo e Jacovós. O deputado Dr. Batista também prestou seu apoio.

Residentes, docentes e coordenadores dos programas estiveram no encontro que ainda contou com a participação do vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva, do Chefe de Gabinete, José Antônio Martins, do Pró-Reitor de Recursos Humanos, Luis Otávio de Oliveira Goulart, do presidente do Sinteemar, José Maria de Oliveira Marques e dos ex-superintendentes do HUM, Carlos Edmundo Rodrigues Fontes e Paulo Roberto Donadio.

FONTE: UEM

Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo.
    * campos obrigatórios

    Comunicar Erro

    Verifique os campos abaixo.

    * campos obrigatórios