21/09/2006

USP ressalta a importância das Telepatologias

Professores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) afirmam ir à universidade com muito mais entusiasmo, expectativa e ansiedade nos dias em que há transmissão de discussões anátomo-clínicas para professores e alunos das universidades paranaenses.

Durante as transmissões, eles apresentam aos participantes das Telepatologias informações contidas no prontuário do paciente, exames realizados e fazem a necropsia. A partir destas informações, os professores e alunos têm a oportunidade de debater e chegar a um consenso sobre o diagnóstico que levou à morte do paciente. O evento é gratuito, não necessita de inscrição e é realizado sempre na última terça-feira de cada mês, das 9h ao meio-dia, com transmissão para os auditórios das sedes do Conselho em Curitiba e Maringá. A última Telepatologia foi realizada no dia 29 de agosto e contou com a participação de cerca 70 pessoas da UFPR e UEM. A próxima transmissão será realizada na próxima terça-feira, dia 26.

"Esse tipo de atividade é fundamental para o aprendizado e treinamento dos professores e acadêmicos. A interação entre as escolas é salutar, produtiva e instrutiva", afirma a clínica geral, Maria Lúcia Bueno Garcia. A médica assistente da Disciplina de Clínica Geral e Propedêutica do Departamento de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da FMUSP é quem conduz as aulas, apresentando aos participantes as informações contidas no prontuário do paciente e os exames clínicos e microscópicos realizados. Para ela, o ponto alto das reuniões está no prazer de incentivar e aprender com o raciocínio clínico dos colegas através da diversidade de pensamentos e formações.

Durante a aula, o Professor Titular de Patologia da FMUSP, Paulo Hilário Nascimento Saldiva, faz a necropsia somente após os participantes esgotarem as hipóteses clínicas e possíveis diagnósticos do paciente. "A necropsia é um cenário de aprendizado, no qual podemos testar e conhecer nossos limites e dos métodos diagnósticos que dispomos", explica. O chefe do Departamento de Patologia da USP acredita que essas discussões são privilégio raro. "Poucos médicos possuem a oportunidade de poder interagir com colegas e alunos de outras faculdades indo até as últimas possibilidades diagnósticas (a necrópsia)", afirma um dos mais conceituados patologistas do país.

Após a conclusão da necropsia os participantes chegam a um diagnóstico comum e discutem a melhor forma de preencher o atestado de óbito. Para o diretor médico do Centro de Terapia Semi-Intensiva do Hospital das Clínicas da UFPR, Prof. Francisco Luiz Magalhães, cuidar diretamente de um doente é a forma mais eficaz de aprender e sedimentar conhecimento em Medicina. "Sendo o paciente objeto de estudo, a busca por informações se desenvolve de forma muito mais efetiva", afirma. O professor, especialista em Clínica Médica e Medicina de Urgência, acredita que o exercício anátomo-clínico é a melhor forma de estimular, desenvolver e aprimorar o raciocínio clínico. Por isso, ele é um dos incentivadores do programa, tanto que obteve a inclusão da atividade no programa teórico anual dos Residentes e do Estágio Obrigatório dos alunos do sexto ano do Departamento de Clínica Médica do HC/UFPR.

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