25/09/2009

Uso precoce de antivirais é essencial contra H1N1, diz OMS


Embalagens de Tamiflu armazenadas em farmácia do Exército da Suíça; OMS pede que seja mantida atenção a sintomas de gripe


da Reuters, em Genebra (Suíça)



O uso precoce de medicamentos antivirais é fundamental no combate à gripe H1N1, e as autoridades de saúde precisam continuar atentas ao surgimento de sinais de resistência às drogas, disse a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta sexta-feira (25).

No entanto, a OMS repetiu sua orientação de que não é recomendável usar antivirais profilaticamente - preventivamente. Pessoas expostas a vítimas da gripe pandêmica devem ser cuidadosamente monitoradas e tratadas imediatamente com antivirais apenas se desenvolverem sintomas.

Até agora, tem sido raro o surgimento de vírus da cepa pandêmica resistentes aos medicamentos, mas novos casos são prováveis, disse a OMS em seu site.

A crescente experiência internacional demonstrou a importância contra a gripe suína do uso precoce do oseltamivir, produzido como Tamiflu pelos laboratórios Roche e Gilead, ou o zanamivir, um remédio inalável produzido como Relenza pela GlaxoSmithKline, disse a OMS.

"A experiência dos clínicos, inclusive os que trataram casos severos da gripe pandêmica, e das autoridades nacionais sugere que a rápida administração dessas drogas em seguida ao aparecimento dos sintomas reduz o risco de complicações e pode também melhorar o resultado clínico em pacientes com a doença severa", disse a agência com sede em Genebra.

"Esta experiência salienta ainda mais a necessidade de proteger a eficácia dessas drogas pela minimização da ocorrência e impacto da resistência à droga", disse a nota.
A maioria das vítimas da gripe pandêmica enfrenta apenas sintomas brandos e se recupera sem tratamento, mas crianças, grávidas e pacientes com algumas doenças pré-existentes correm mais riscos, inclusive de morte.

A OMS, que declarou em junho situação de pandemia, diz que um terço da população mundial, de 6,8 bilhões de pessoas, podem vir a adoecer. O risco de resistência é maior entre pacientes que sofrem de deficiências imunológicas ou já foram tratadas com o oseltamivir, disse a OMS.

A chance de resistência também é elevada em pessoas tratadas por antivirais como profiláticos (prevenção), após exposição ao vírus, mas que não desenvolvem a doença.

Em casos como esse, as equipes médicas devem investigar se ocorreu resistência e tomar precauções para evitar a difusão do vírus resistente, alertou a OMS.

As autoridades precisam investigar também se o vírus resistente está se alastrando de pessoa para pessoa dentro de uma determinada comunidade.

Até agora, foram detectados 28 vírus resistentes no mundo, sempre ao oseltamivir, e nunca ao zanamivir, que pode continuar sendo usado em pacientes que desenvolvam formas graves da doença resistentes ao oseltamivir, informou a organização.


Fonte: Folha de São Paulo.

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